Daniel: “Goiás não pode tirar o Rei Mandão e colocar o Coronel Beija-Mão”
O debate entre os candidatos ao governo do Estado promovido nesta quinta-feira, 20, pelo jornal O Popular e a rádio CBN Goiânia derrubou máscaras e mostrou que alguns candidatos são adeptos do que há de mais atrasado na política brasileira. A avaliação é do governadoriável Daniel Vilela (MDB) que, durante o confronto de propostas, colocou Ronaldo Caiado em saia-justa ao questionar uma declaração do senador de que seu antigo aliado, o governador José Eliton (PSDB), beijava sua mão em sinal de fidelidade e gratidão por ter sido indicado vice de Marconi Perillo (PSDB) em 2010.
“Não podemos tirar o Rei Mandão e colocar o Coronel Beija-Mão. Precisamos avançar com uma gestão moderna”, afirmou Daniel, fazendo referência ao personagem Rei Mandão, que caracterizava o então governador Marconi Perillo na eleição de 2014. Foi também a primeira vez desde o início da campanha que Caiado admitiu publicamente que indicou Eliton para a vice de Marconi, quando apoiou a eleição do tucano, seu aliado desde 1998 e com quem rompeu em 2014, quando não conseguiu viabilizar na base aliada uma candidatura ao Senado e teve que procurar o apoio do MDB.
Ao rebater o discurso do governador José Eliton de que Goiás é uma referência positiva nas mais diversas áreas, Daniel também apontou as similaridades entre Caiado e seus ex-aliados Eliton e Marconi. “Esse não é o Estado que os goianos vivem. É um governo diferente da realidade. E o pior de tudo é a gente ainda imaginar que o Estado pode voltar para as mãos de alguém que ainda exige dos seus aliados beijar a mão. Achei que isso já não existia mais na política do nosso Estado”, afirmou Daniel. “Nós precisamos acabar com essa política personalista, fazer com que Goiás seja governado com foco numa gestão eficiente, planejada, que ofereça serviços públicos de qualidade
Questionado sobre projetos, Caiado fugiu de apresentar propostas e disse que o papel do líder é restrito a formar equipe e incentivar os servidores para executar políticas públicas. Falou até em ser possuidor de um “gene da generosidade” inerente aos líderes, segundo suas palavras. “É impressionante. Caiado não apresenta uma proposta sequer. Só discurso. Agora virou até generoso. A política de generosidade dele deve ser colocar uma cadeira na frente do Palácio das Esmeraldas e a população ter que ir lá beijar a mão dele para ter acesso aos benefícios e serviços do Estado”, rebateu Daniel.
O candidato do MDB também questionou a postura dúbia de Caiado no Congresso Nacional, onde fala que é oposição ao governo Temer, mas é o parlamentar goiano que mais votou alinhado com o Palácio do Planalto, segundo o site Atlas Político, além de manter relação estreita com ministros ligados ao seu partido. O mesmo, segundo Daniel, ocorre em Goiás, já que agora Caiado critica o grupo político no qual esteve por 16 anos.