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Governador ouve opiniões a favor e contra a retomada dos treinos dos clubes de futebol

O governador Ronaldo Caiado promoveu nesta terça-feira (26/5) reunião entre representantes do futebol goiano, do governo estadual e do Comitê de Operações de Emergências em Saúde para o Novo Coronavírus (COE). Em pauta, a possível volta dos atletas dos clubes aos treinos. Após ouvir opiniões divergentes, ficou acertado que o COE irá se reunir amanhã, 15 horas, para avaliar a proposta encabeçada pelo Atlético Clube Goianiense. O Dragão quer o retorno dos atletas aos treinos.

Ao final da reunião, após ouvir todos os participantes, o governador Ronaldo Caiado disse que qualquer decisão tem que ser baseada na ciência e seguir a regra epidemiológica. E solicitou aos clubes que aguardem a reunião do COE antes de tomar qualquer atitude. Caiado destacou a necessidade de garantir a saúde de todos os envolvidos e ouvir a opinião dos responsáveis pela área da saúde.

“É preciso assumir responsabilidades. Não adianta ter protocolos que não são seguidos”, disse. O secretário Estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, disse que a pauta amanhã do COE será do ponto de vista individual do atleta. “Não é possível liberação de treino com bola. Mas vamos avaliar os protocolos para ver o que será possível ou não, respeitando a saúde dos envolvidos”, disse.

O procurador-geral de Justiça de Goiás, Aylton Vechi, considerou precipitado o retorno dos treinos de futebol. E lembrou que o Ministério Público já recorreu ao STF contra decisão que permite a abertura de academias.

“O MP é pautado no que a ciência nos revela. Sei que os atletas precisam treinar. Mas, na área jurídica, todos os tribunais, especialmente o STF, têm como base, primeiro, a comunidade cientifica e qual a estrutura existente para atender os pacientes. O MP dialoga, recomenda e, se for caso, aciona a justiça”, disse.

Opiniões – A reunião teve início com um embate entre os presidentes do Goiás Esporte Clube e Atlético, Marcelo Almeida e Adson Batista. O esmeraldino elogiou as medidas tomadas pelo Governo de Goiás no combate à pandemia do coronavírus.

“Atitudes como as que Ronaldo Caiado liderou fizeram Goiás se diferenciar de outros estados. Mas não vejo segurança legal para os clubes e para os atletas retornarem aos treinos. Os números de infectados continuam aumentando. E sem uma posição legal, que garanta um protocolo rígido, não vejo como voltar. Poderíamos ser responsabilizados pelos problemas que aparecessem. Teríamos repercussões negativas nacionais e internacionais”, disse.

Adson discordou e disse que qualquer problema que ocorrer no Atlético seria assumido por ele. Ele também elogiou as medidas de combate ao coronavírus tomadas por Ronaldo Caiado.

“É responsabilidade minha. Os profissionais precisam voltar, tenho opinião divergente. Marcelo fala pelo clube dele. Os protocolos que assumimos garantem total tranquilidade pra isso. Temos condições de garantir a saúde dos jogadores. É preciso respeitar o princípio da liberdade individual. Se as igrejas e as academias já voltaram, temos que enfrentar de frente. Adquirimos equipamentos, medidores de temperatura. Jogadores estão perdendo massa muscular, com treinos paliativos. O Atlético pensa assim.

Muitas famílias dependem dos funcionários do clube, todos assinaram um termo de responsabilidade. Vou encarar de frente, não podemos deixar a família deles em casa, sem proteção e o clube perdendo patrocínio.

Presidente do Vila Nova, Hugo Jorge, disse que o clube vai voltar quando tiver mais segurança sobre o assunto, mas que defende a discussão da volta aos treinos, de forma gradual. E que cada clube retorne de acordo com sua realidade.

O presidente do Goiânia, Alexandre Godói, disse não ver justificativa de pedir a volta dos treinos se os patrocinadores não virão. “É preciso cautela. Qualquer medida precipitada de volta pode ser complicada e prejudicial. Primeiro é a CBF que tem de se posicionar”, disse.

O presidente da Federação Goiana de Futebol (FGF), André Pitta, agradeceu pela abertura da discussão. Mas também foi cauteloso. Se conseguirem retomar os treinos, pode ser um começo pra se pensar na retomada gradual do futebol. Mas isso só pode ser feito em comum acordo, pensando em todos”, disse.

Já o presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais, Marçal Filho, se posicionou contra a retomada dos treinos e disse que, de fato, “o atleta tem saúde diferenciada, mas ele pode ser assintomático e transmitir para os seus parentes”.

Participaram também o presidente do Sindicato dos Árbitros, Luciano Joka; o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira; os deputados Vinícius Cerqueira e Henrique Arantes; o secretário Estadual de Esportes, Rafael Rahif; o secretário de Desenvolvimento e Inovação, Adriano Rocha Lima; a superintendente de Vigilância Sanitária, Fúlvia Amorim.

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