Maior parte dos caminhoneiros ainda desconhece a MP que reduz o gatilho de preço mínimo do frete
Entre os que já ouviram falar sobre a ação do governo federal, ocorrida na última terça-feira (16), a maioria acredita que isso não ajudará a aumentar o preço do frete
São Paulo, maio de 2022 — A maioria dos caminhoneiros ainda não tem conhecimento sobre a Medida Provisória 1.117/2022, assinada na terça-feira (16) pelo governo federal, que reduz o gatilho de aumento da tabela de preço mínimo de 10% para 5% de reajuste do diesel. É o que mostra pesquisa realizada na tarde desta quarta-feira (18) pela Fretebras, maior plataforma online de transporte de cargas da América Latina, com mais de 1,3 mil caminhoneiros. Dos que sabem do que se trata a MP, a maior parte não acredita que essa medida irá ajudar a aumentar o preço do frete.
Como forma de tentar amenizar as constantes altas do preço do diesel, que já acumula aumento de 47% somente em 2022, o governo federal alterou a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, criada pela Lei 13.703, de 2018. Foi reduzida de 10% para 5% a oscilação do preço do diesel necessária para que a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) publique nova norma com preços mínimos de frete.
Porém, segundo a pesquisa da Fretebras, 79% dos caminhoneiros ainda não tiveram conhecimento dessa ação. Entre os que já estão sabendo da novidade, 54,8% afirmaram que não acreditam que isso ajudará a subir o preço do frete.
MP deve ajudar a puxar o preço do frete para cima
O diretor de Operações da Fretebras, Bruno Hacad, relata que a mudança na MP tem como ponto positivo o fato de que os reajustes mais frequentes na tabela devem ajudar a puxar o preço do frete para cima, justamente pela força de referência da tabela. “O tempo de repasse dos custos vai ser menor e isso significa que os caminhoneiros poderão cobrar mais pelo frete, antes do previsto. Isso pode diminuir o risco de desabastecimento, que é o pior que poderia acontecer neste momento de inflação muito alta.”
Segundo especialistas da Fretebras, as movimentações do governo são importantes, mas elas demoram para gerar um impacto real no Transporte Rodoviário de Cargas. Hacad afirma que é necessária uma mudança na atitude dos caminhoneiros, para gerar um impacto mais positivo no curto prazo. De acordo com o executivo, “é preciso que o caminhoneiro negocie mais e melhor, usando mais informações como referência para a sua negociação. É extremamente importante que eles busquem a máxima eficiência do caminhão, o que significa saber quantas viagens o caminhão deve fazer para garantir mais rentabilidade. E somar tudo isso ao uso de ferramentas digitais que o ajudem a calcular bem o custo e maximizar o lucro”.
Para Hacad, o contraponto do gatilho mais baixo é que o consumidor poderá sentir antes o impacto de um frete mais caro e isso fará com que os preços dos produtos sejam cada vez maiores, já que o frete representa uma parte grande do custo da mercadoria.
Metodologia
A pesquisa foi feita com uma base de 695 mil caminhoneiros ativos da Fretebras, no dia 18 de maio de 2022, através de canais digitais acessados pelos motoristas.
SOBRE A FRETEBRAS
Fundada em 2008 em Catalão (Goiás), a Fretebras é a maior plataforma de transporte de cargas da América Latina. A empresa facilita as transações entre transportadoras e caminhoneiros, utilizando a tecnologia para tornar o transporte rodoviário de cargas mais seguro e eficiente. Com mais de 695 mil caminhoneiros cadastrados e quase 18 mil empresas assinantes, a Fretebras permite que fretes sejam publicados e negociados em minutos, reduzindo custos operacionais e aumentando a rentabilidade do setor. Em 2021, a Fretebras facilitou a transação de mais 8 milhões de cargas, distribuindo R$63 bilhões em fretes. Desde 2020, a empresa conta com o investimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID Invest) e foi considerada uma das 100 startups mais inovadoras de 2021.