Mapa e Infraestrutura se reúnem com a CNM para pedir apoio no abastecimento de alimentos nos municípios brasileiros
Para debater os problemas que podem surgir no abastecimento de alimentos no Brasil – por conta das ações para evitar a disseminação do novo coronavírus – a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, e o Secretário – Executivo Adjunto do Ministério da Infraestrutura, Rodrigo Otávio da Cruz, se reuniram com o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi. A reunião, por videoconferência, ocorreu nesta quarta-feira, 25 de março, e contou ainda com a participação de alguns presidentes das entidades estaduais de Municípios – que representaram as cinco regiões do País.
A ministra deu início à reunião destacando as principais apreensões da Pasta. “O Ministério da Agricultura está preocupado em cuidar do abastecimento, pois se a gente ainda tiver que enfrentar esse problema de desabastecimento vai ficar ainda mais difícil”. Ela destacou ainda que o objetivo da reunião era contar com o apoio dos representantes do movimento municipalista para orientar os gestores nas ações que podem ser feitas para evitar o desabastecimento de alimentos nos Municípios brasileiros.
Tereza Cristina contou ainda sobre as ações que o Mapa tem feito para manter o fluxo e as atividades da agricultura brasileira. “Nós montamos aqui no ministério desde o mês de fevereiro um grupo para monitorar toda essa situação”, destacou a ministra. O Secretário – Executivo Adjunto do Ministério da Infraestrutura também falou das preocupações da Pasta e agradeceu a oportunidade de se reunir com os dirigentes municipalistas. “A gente tem uma preocupação aqui em garantir uma infraestrutura para que não cesse o abastecimento nos Municípios. Temos receio de medidas não coordenadas. No intuito de garantir a saúde da população, a ação acaba tendo um efeito reverso, por isso essas atitudes devem ser coordenadas para garantir o abastecimento da população”, explicou.
Cruz sugeriu ainda a criação de um grupo de whatsapp – composto por membros do movimento municipalista e ministérios – para enfrentar problemas de forma mais célere. O líder do movimento municipalista, por sua vez, esclareceu que as atitudes de fechamento de fronteira entre Municípios, que vêm sendo tomadas por alguns gestores municipais, ocorre por falta de orientação do governo federal. Nesse sentido, Aroldi defendeu “esse canal de comunicação que a ministra coloca é muito importante para a Confederação e para os Municípios. “Concordo que essas ações devem ser alinhadas, mas é importante que todos nós juntos emitamos uma nota para orientar os Municípios do Brasil”.
Sobre as preocupações adotadas pelos representantes do Executivo, Aroldi disse que “no que diz respeito à produção, nós entendemos que não podemos parar para que as pessoas possam continuar tendo alimento em suas mesas”. E ele disse ainda que ”não dá para ficar acusando prefeitos, pois eles estão desesperados nessa situação de calamidade pública. O que falta é orientação. Precisamos conversar com esses gestores e mantê-los informados de toda essa situação”. Os presidentes das entidades estaduais municipalistas que participaram também puderam relatar a situação de forma regional:
Região Nordeste – presidente da União de Municípios da Bahia (UPB), Eures Brito
“Aqui no Nordeste tem muito prefeito fechando fábricas, e sabemos que é uma atitude que não é correta, mas o que eu quero questionar é o que o Ministério deve fazer para apoiar os Municípios agrícolas nesse momento. Qual o subsídio que o governo federal faz nesse momento?”, questionou o presidente.
Região Centro-Oeste – presidente da Federação Goiana de Municípios (FGM), Haroldo Naves
“Dizer que sobre essa questão do fechamento de divisa, já fizemos uma recomendação aos Municípios para que não faça fechamento de fronteira mais sim uma barreira sanitária”, contou o presidente.
Região Norte – presidente da Associação de Municípios de Roraima (AMR), Pedro Henrique
“Ouvir os presidentes das entidades é importante para evitar o desabastecimento. Aqui no Norte nós estamos preocupados com as pessoas, mas sabemos que não dá para parar a produção e nossas dificuldade é no escoamento de alimentos, as pontes, vicinais e galerias são nossos problemas”, defendeu o presidente.
Região Sul – presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Eduardo Freire
“Nós estamos orientando aqui desde o início para que sejam mantidas as atividades de abastecimento, também estamos preocupados com esse fechamento e orientamos que não houvesse barreiras nos Municípios para não agravar ainda mais essa situação que já é muito complicada. Aqui [no RS] ainda enfrentamos o problema da estiagem que tem colocado em risco nossa produção.”
Jornal Comunidade com a informação da CNM