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OCB avalia que cooperativismo goiano é destaque nacional mas tem desafios

Cooperativas goianas se beneficiam de um modelo de gestão mais avançado e profissional, mas têm desafios importantes para manterem esse crescimento, avalia o presidente nacional da OCB

O desenvolvimento do cooperativismo goiano impressiona a OCB Nacional: Goiás tem quase 250 cooperativas em atividade atualmente, que geram cerca de 13 mil empregos diretos e reúnem mais de 300 mil cooperados, o que garante ao Estado o sexto lugar no ranking brasileiro, com destaque para os ramos agropecuário e de crédito. Mas, há três grandes desafios, dos quais o setor não pode descuidar: a profissionalização, a inovação e a sustentabilidade. A avaliação é do presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas.

A profissionalização é palavra de ordem e na composição desse alicerce. Márcio Lopes destaca como elementos imprescindíveis o foco em resultados e o planejamento estratégico. “Não há mais espaço para amadorismo. É preciso ter um bom modelo de gestão e um bom modelo de governança, isso é o que eu chamo de profissionalismo”, diz.

O segundo pilar que sustenta o modelo cooperativo, enfatiza o presidente da OCB, é a inovação. “Mais do mesmo não vai nos levar a um lugar diferente. É preciso inovar, ter a ousadia da criação e botar as coisas para rodar de maneira diferente. O mundo quer modelos diferentes de negócios. Então, a cooperativa tem que ter a inovação na sua agenda”, ressalta.

A sustentabilidade é o terceiro pilar. “Faz parte do DNA do cooperativismo, mas não falo apenas da questão ambiental, e sim de sustentabilidade econômica e na sucessão. É fundamental também garantir modelos sucessórios para que as cooperativas não parem, não corram riscos”, afirma Márcio Lopes.

O presidente da OCB afirma que esses três pilares precisam fazer parte da agenda prioritária de qualquer cooperativa, seja qual for a sua atividade econômica, para que o cooperativismo em Goiás possa manter o ritmo de crescimento alcançado nos últimos anos e ganhe mais velocidade daqui em diante.

“O movimento cooperativista, como um todo, está pujante, se desenvolvendo muito. Tínhamos uma condição no passado em que o cooperativismo era muito mais forte no Sul do Brasil; numa segunda etapa, no Sudeste, depois vinha o Centro-Oeste e, em seguida, o Norte e o Nordeste”, diz Márcio Lopes.

Ele destaca que havia uma distância significativa entre o cooperativismo nessas regiões, mas as coisas começaram a mudar, principalmente no caso de Goiás, com a intensificação da agricultura, que se tornou mais tecnológica e passou a requerer mais crédito, transporte e investimentos em logística.

Modelo de gestão

“O Centro-Oeste, de maneira geral, abriu um importante espaço e surgiram as cooperativas que acompanharam a pujança do agronegócio nessa região e passaram a se desenvolver baseadas em um modelo de gestão mais avançado”, diz Márcio Lopes.  Enquanto as cooperativas do Sul e do Sudeste se viram obrigadas a passar por uma série de transformações ao longo do tempo, no Centro-Oeste e, sobretudo em Goiás, o cooperativismo nasceu e cresceu baseado em um modelo de gestão mais profissional, com foco em estratégia e profissionalismo.

Para o presidente da OCB, o cooperativismo do Centro-Oeste, apesar de ainda ser proporcionalmente menor em relação a outras regiões, é extremamente robusto, em todos os setores.  “Essa robustez começa no agro, passa pelo crédito, pelo sistema saúde, pelo transporte. De maneira geral, o movimento apresenta um crescimento extraordinário, os números são impressionantes. É muito bom ver esse crescimento, mas é importante saber que, quanto mais perto do céu, mais temos que tomar cuidado porque estamos ocupando espaços cada vez mais significativos no mercado”, alerta.

O presidente da OCB nacional diz que não há dúvidas que o modelo cooperativista está funcionando muito bem e se adequou perfeitamente ao modelo de produção empresarial no Centro-Oeste brasileiro e afirma que Goiás é o grande destaque da região. “Em Goiás temos um perfil diferente, com uma industrialização mais intensa comparada com a de outros Estado”, enfatiza Márcio Lopes.

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