Pais temem infecção de filhos após morte de bebês por superbactéria.
Após a morte de dois bebês por superbactéria, pais de crianças que estão internadas temem que os filhos também sejam contaminados pela Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC), no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia. Entre eles está a dona de casa Vanessa Souza Silva, que está com a filha de 13 anos hospitalizada.
“Todo mundo está com medo. As crianças estão misturadas, criança que operou com criança com pneumonia”, relata a mãe da paciente.
O HMI explicou que o problema é pontual da Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin), que segue isolada e sem receber pacientes desde sexta-feira (17). Por isso, não há motivo para pânico entre os demais.
“A ocorrência de bactéria multirresistente está localizada e contida num setor do HMI, na chamada UCIN. Pacientes estão isolados e sob tratamento e não há risco para os demais. Nenhum novo caso foi identificado no final de semana”, disse a diretora técnica do HMI, Sara Gardênia.
Os bebês morreram na última quarta-feira (15). Segundo a médica, o excesso de pacientes internados provocou o problema. “Isso foi reflexo de uma superlotação de que o Materno Infantil enfrentou desde o carnaval e que agora a gente está vendo aí o resultado, uma unidade onde tinha capacidade para 22 bebês, a gente chegou a ter 35″, revelou Sara.
Quatro casos sob investigação
O HMI informou que ainda investiga a situação de outros quatro recém-nascidos onde há a suspeita de infecção. Dois deles estão internados na Ucin, onde também estão outros 13 bebês, e outros dois, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do hospital.
Segundo Sara, todos os cuidados necessários estão sendo realizados para que eles também não sejam infectados. “Eles estão sob isolamento de contato, em uso de incubadora, com equipe específica para poder tomar conta, redução de visitas. Todas essas medidas são para coibir novos casos de infecção”, salienta.
Segundo informou ao G1 a assessoria de imprensa do HMI, a previsão é que a Ucin permaneça isolada até a próxima quarta-feira (22).
KPC
Transmitida em ambiente hospitalar, a KPC pode causar infecções sanguíneas, urinárias e generalizada, além de pneumonia. Os sintomas são febre, dor no corpo e dor na bexiga.
A situação do HMI é monitorada pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). A Vigilância Sanitária também acompanha os trabalhos. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde do Estado de Goiás, Maria Cecília Martins Brito, todos os procedimentos necessários foram adotados.
“Assim que souberam da infecção, essa comissão tomou as providências e nós começamos a verificar as medidas que deveriam ser tomadas”, explicou ao G1.fonte G1.