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Setor de transformadores e a busca por atacados online

Os atacados online estão ganhando força no comércio digital e não é para menos: de acordo com o relatório da eConsultancy, as grandes empresas que implementaram um e-commerce nestes moldes viram um aumento de 44% no valor médio de pedidos. Outra pesquisa realizada pela McKinsey informa que, com a pandemia, a participação deste segmento no Brasil cresceu 62%. São números que só reforçam o quanto o atacado é essencial para manter o comércio, já que ele é responsável por abastecer o varejo.

Acompanhando essa tendência de crescimento, venho observando um aumento significativo na participação dos transformadores dentro dos marketplaces de atacado. São CPFs de trabalhadores que atuam como boleiros, salgadeiros, confeiteiros, sorveteiros, pizzaiolos, entre outros, que já perceberam as vantagens de adquirir seus insumos nos shoppings virtuais de atacado. A participação dessas pessoas representa hoje 20% no total de movimentações nas plataformas, e a expectativa é que chegue a 30% até o final deste ano.

Isso vem ao encontro da taxa de informalidade no mercado de trabalho brasileiro, que atingiu 40,4% no último trimestre de 2021, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE). Foram registrados ainda 38,5 milhões de trabalhadores informais no período, o que deve colaborar ainda mais para a popularização dos atacados online entre estas pessoas.

Comprar no atacado é, sem dúvidas, a melhor opção para quem tem um negócio – seja ele formal ou informal. A possibilidade de comprar em grande volume se traduz em preços unitários mais atrativos, gerando economia e oportunidade de lucro. Mas não é só isso. As pesquisas de preço e cotações ficam muito mais simples e ágeis, o que faz toda a diferença, sobretudo em tempos em que a gasolina está pesando no orçamento e tudo aquilo que é possível de se fazer online, precisa ser feito. Para o pequeno então, nem se fala.

Além disso, os marketplaces de atacado oferecem uma variedade muito ampla nas marcas e tipos dos produtos; mercadorias consideradas lançamento chegam primeiro ao atacado por conta do funcionamento da cadeia de distribuição das fábricas e podem ser experimentadas de forma pioneira. Isso torna a compra muito mais estratégica, afinal todo transformador sabe que toda iniciativa para se diferenciar pode ser o segredo para o sucesso ou não de um serviço.

Assim como as grandes empresas, os transformadores também estão descobrindo as vantagens de contar com condições de pagamento mais amigáveis, pensadas para ajudar o empresário a comprar em quantidade e ter maior aproveitamento do frete. Mesmo quando ele não é grátis, pode haver condições especiais para compras de determinado porte, o que representa um benefício e tanto.

Outro fator que vem chamando a atenção deste público é a possibilidade de comprar com menor frequência, já que no atacado, ele consegue adquirir quantidades maiores de produtos, que vão manter sua atividade abastecida por mais tempo. Ao comprar no atacado, o transformador faz menos compras e economiza tempo, logo, a gestão de estoque fica mais simples e assertiva.

O setor de transformadores vem, portanto, se apresentando como uma parcela importante de compradores para os marketplaces de atacado. A expectativa é que essas pessoas estejam cada vez mais ativas nas plataformas, e que o crescimento de seus negócios passem a depender também das condições especiais criadas pelos sellers. Em contrapartida, o segmento entende a realidade desses trabalhadores e está atento para atender suas necessidades. Todos saem ganhando: quem vende e quem compra.

*Vanderlei Júnior é CEO da Cotabest Solutions.

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