Para quem é a Copa de 2014?
ARTIGO por Jair Heuert
Para mim não foi uma surpresa quando o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, criticou as obras para Copa-2014, afirmando que no Brasil não tem estádios, não tem aeroportos, não tem um sistema de transporte nacional em funcionamento.O governo brasileiro assume praticamente todos os custos para realizar a competição. Temos que lembrar que discurso em 2006 era que a iniciativa privada ajudaria bancar a competição e governo ficaria responsável apenas pela infraestrutura externa aos estádios.A previsão atual é que apenas 1,4% dos provem da iniciativa privada. Os investimentos públicos reservados para a realização do evento devem ultrapassar de R$ 20 bilhões. Este montante representa mais que dobro que o governo federal investiu na área social no ano passado.
Serão de fato, bilhões de reais para um evento privado, todos podem defender que montante dará retorno financeiros ao país como um todo, ajudará o turismo, na geração de empregos, melhoria na infraestrutura urbana e da mobilidade nas cidades sedes e sub-sedes da copa. A pergunta que não quer me calar! Vai dar tempo de entregar as obras previstas como estádios, aeroportos e das demais adaptações da infraestrutura? Neste ritmo atual não! A situação mais preocupante é quando há riscos de atropelar as legislações ambientais e urbanísticas e eliminar a licitações.Diante do possível descontrole na liberação de recursos públicos, precisamos estar atentos para cobrar mais transparência em todo processo. Estádios que poderão se tornar verdadeiros elefantes brancos em cidades como Natal, Manaus e Cuiabá, que não tem tradição no Campeonato Brasileiro.Considerando o preço elevado dos ingressos para ver os jogos, faz sentido investir tanto dinheiro público? Se a grande maioria dos trabalhadores brasileiros não poderá levar sua família para ver pelo menos um jogo da copa. Continuamos com carência de investimentos na área da saúde, educação, segurança, moradia, na pesquisa e na valorização dos servidores públicos; enquanto isso; observamos as construtoras tendo acesso a esses generosos recursos.
Jair Heuert
Engenheiro, Especialista em Marketing e Funcionário Público