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Descaso da Enel leva governo a buscar substituta para a empresa

A pedido da Enel, o governador Ronaldo Caiado participou de uma audiência com diretores globais da empresa para ouvir as novas propostas que eles têm a oferecer para Goiás. No entanto, considerando que a Enel já se comprometeu a realizar investimentos e melhorar a prestação de serviços no Estado e nunca cumpriu os acordos firmados, o governador anunciou que pretende buscar junto ao governo federal uma solução mais eficiente, que seria a transação de ativos entre a Enel e outra instituição que possa fazer a distribuição de energia elétrica com mais qualidade, em Goiás.

“É sempre a mesma tese, de que estão investindo mais, que vão melhorar, que as coisas vão acontecer. No entanto, vocês noticiaram no mês de outubro e novembro a maior crise de falta de energia de Goiás. A população não confia mais naquilo que eles assinam e naquilo que eles dizem”, destacou Ronaldo Caiado. Durante entrevista coletiva, o governador pontuou que os diretores não gostaram da ideia de deixar Goiás e tentaram argumentar. “É lógico que num primeiro momento eles reagiram, disseram que não, que iriam transformar Goiás na maior distribuidora do Brasil e nós já ouvimos isso. Realmente não nos sensibiliza mais e nós preferimos trazer outra empresa”, disse.

Até o momento, a empresa mais cotada para assumir a antiga Celg D em Goiás é a EDP, uma companhia de origem portuguesa, que tem mais de 20 anos de atuação no Brasil e atua na distribuição de energia elétrica em São Paulo e Espírito Santo. Para Ronaldo Caiado, a troca de ativos é algo mais natural e a mudança na gestão da instituição trará à população goiana a esperança de que os investimentos serão, de fato, executados. “Traz-se uma perspectiva de esperança, de uma nova mentalidade, de uma capacidade mais célere de poder atender às demandas de Goiás, já que em alguns lugares em que a EDP presta serviço tem sido referência no Brasil”, reiterou.

Governo federal
Com a negativa dos diretores da Enel, o governador pedirá auxílio para a negociação ao Ministério de Minas e Energia, ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), uma vez que a crise energética impede o desenvolvimento econômico e social de Goiás. “A reunião concluiu-se nesse clima em que eles insistem em dizer que vão investir e nós já não acreditamos mais nessa história que vem se repetindo desde 2019”, reforçou Caiado.

A transação de ativos é a solução mais benéfica para Goiás e também para a Enel, considerando que tramita na Assembleia Legislativa (Alego) um projeto de lei que prevê a encampação da concessão à empresa. “Não é preferível nós fazermos o entendimento onde as duas partes vão resolver o assunto ao invés de ter uma queda de braço, um processo judicial, uma encampação, um processo de caducidade?”, indagou o governador.

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