Vacinação é fundamental em todas as fases da vida orienta especialista
Infectologista fala da importância da proteção e lista os imunizantes que não podem faltar no calendário vacinal de crianças, adolescentes, adultos, gestantes e idosos
“A desinformação é uma das mais sérias ameaças à saúde pública e é ainda mais prejudicial quando alimenta dúvidas sobre a vacinação”, a declaração é da diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne. A mensagem destaca a importância de manter-se atualizado e buscar fontes com informações seguras nos cuidados preventivos com a saúde.
“Nunca é demais reforçar que a vacinação é uma das principais formas de proteção contra inúmeras doenças e, diante do arrefecimento da pandemia, é fundamental voltar as atenções também paras outras possibilidades de exposição aos riscos de uma imunidade comprometida. Hoje, por exemplo, estamos vendo casos de sarampo sendo registrados no Brasil. Há o paciente não vacinado que contraiu poliomielite nos Estados Unidos e correndo riscos de ficar com sequelas graves pelo resto da vida”. A preocupação da médica infectologista do Grupo Sabin, dra. Luciana Campos, ganha ainda mais relevância diante dos recentes indicadores de cobertura vacinal no país.
Mesmo considerada por especialistas como a principal estratégia de proteção contra a invasão de agentes infecciosos, a taxa de vacinação ainda não conseguiu chegar aos níveis considerados ideais. Na última década, esse índice vem caindo drasticamente e não alcança o patamar de 90% de cobertura desde 2012.
Os dados motivaram, inclusive, o Ministério da Saúde a anunciar uma série de medidas para melhorar os índices de vacinação nas cidades de fronteira e espera que até o dia 16 de dezembro as populações destas regiões atualizem as cadernetas. A iniciativa da pasta será direcionada às comunidades que vivem em 33 cidades — um público alvo que corresponde a cerca de 1,34 milhão de pessoas.
Ainda segundo o Ministério, serão adotados como indicadores de monitoramento e avaliação da estratégia as coberturas vacinais dos imunizantes: poliomielite, Covid, febre amarela, além das vacinas tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola; pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b) e pneumocócica-10, que induz a produção de anticorpos contra 10 sorotipos da bactéria Streptococcus pneumoniae, que causa pneumonia e meningite.
“Toda a iniciativa é bem-vinda. Coberturas vacinais baixas favorecem a transmissão de agentes já erradicados e expõem indivíduos a doenças imunopreveníveis. As vacinas acumulam histórias de sucesso, salvando vidas, e contribuindo para o controle de doenças mundo afora. É um esforço coletivo e o sucesso das campanhas de imunização depende de todos”, declarou.
A especialista observou também que regularizar a carteirinha de vacinação das crianças é um gesto simples e um ato de amor, mas enfatizou que adultos também devem manter o esquema de vacinação completo. “As vacinas são desenvolvidas e testadas em faixas etárias específicas, o que atesta a segurança e eficácia dos imunizantes. Manter-se imune é um gesto de autocuidado e empatia. Quando cuidamos da nossa proteção, também assumimos o compromisso social de proteger as pessoas ao nosso redor”, explica.