Cidades

Entidades municipalistas discutem com o Ministro da Saúde a aquisição de vacinas

Presidente da AGM, Paulo Sérgio de Rezende, participou da reunião de forma virtual

Da Redação.

Sob a coordenação da Confederação Nacional de Municípios (CNM), presidentes das associações estaduais de municípios participaram de uma reunião virtual nessa quarta-feira (3) com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para se discutir o processo de vacinação da população brasileira contra a Covid 19.

A Associação Goiana de Municípios através de seu presidente, Paulo Sérgio de Rezende (Paulinho) também participou e os debates giraram em torno da aquisição de vacinas pelos municípios. O presidente da confederação Glademir Aroldi argumentou que “a população clama pela vacina e vários municípios têm interesse em adquiri-la”. Informou que já existem centenas de consórcios em formação no país visando essa ação e que, de acordo com reunião com as associações, ficou definido que as vacinas serão destinadas ao Plano Nacional de Imunização (PNI).


No início de sua explanação o ministro, ao falar sobre o processo de vacinação e a possibilidade dela ser feita pelos Estados e municípios, afirmou que “nenhum brasileiro é melhor do que o ouro. Nenhum Estado é melhor do que o outro. Nenhum município é melhor do que o outro”. Pazuello reclamou que estariam sendo formadas ações paralelas ao Governo Federal e que isso será corrigido dentro do projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional essa semana.

Demonstrando sinais de indignação o ministro disse que “estão peitando o nosso SUS, estão peitando o pacto federativo. Existem muitos interesses paralelos. Se os mais de 5 mil municípios e os 26 Estados tratarem dessa questão de forma individual vai prevalecer só a lei da oferta e da procura”. Garantiu que tudo o que deveria ser feito foi feito e agora aguarda se o cumprimento de prazos e deixou claro que o Governo, através do SUS, será o coordenador do PNI. Ou seja, se os municípios fizerem a aquisição terão de repassar ao SUS.


Outra informação obtida junto ao ministério nessa reunião é a de que a partir dessa semana haverá uma estabilização no processo de produção de vacinas, o que vai aumentar a distribuição aos municípios.

Pazuello afirmou que já foram aplicadas cerca de18 milhões de doses o que coloca o Brasil entre o 5º e o 6º país com maior índice de vacinação da população. “A partir de agora estaremos distribuindo aos municípios de 2 a 3 milhões de doses por semana”, garantiu. Acredita ele que já no mês de março haverá uma disponibilidade maior de doses do que a capacidade de vacinação, que terá de ser aumentada. “Até maio deveremos vacinar todos os integrantes dos grupos prioritários. Até junho pretendemos atingir a metade da população vacinável e no final do ano todas as pessoas”.


Outro detalhe citado pelo ministro é o de que a pandemia não será exterminada e sim controlada uma vez que o vírus continuará em ação e será controlado através da vacinação. “Temos que nos adaptar a essa situação e traçar ações a longo prazo”, afirmou Pazuello.


O Governo Federal trabalha com a perspectiva positiva do Brasil produzir a sua própria vacina suficiente para atender a demanda. Para o ministro o governo coloca como prioridades de momento três ações fundamentais: aprimorar o atendimento primário, ocorrendo o mais rápido possível, pois é a única barreira capaz de segurar o avanço da contaminação, aumentando a ocupação dos leitos; a segunda ação é o aumento oferta de leitos por parte de Estados e municípios em sues hospitais, com todas as condições com equipamentos e equipes técnicas; e a terceira é a vacinação.


Ao encerrar sua participação na reunião o ministro afirmou que “os prefeitos hoje com a pandemia são os mais sacrificados no país uma vez que o município é a peça fundamental desse jogo, pois é onde as pessoas adoecem, se curam e também morrem, o que deixam os senhores numa situação muito desconfortável”, concluiu.


O presidente da AGM, Paulo Sérgio de Rezende, avaliou como positiva a reunião. Entretanto, na sua opinião, ficou claro que não será fácil as participações dos municípios e mesmo dos Estados na aquisição de vacinas.

“Temos que continuar articulando junto ao Governo Federal para que esse processo de vacinação seja agilizado. Já estamos atrasados. A população não suporta mais a demora”.

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