Política

Marconi Volta ao Cenário Politico em Prol da União da Base Aliada.

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Foto:Divulgação

Depois de deixar o comando político-administrativo do Estado dentro do prazo legal de desincompatibilização para as eleições deste ano, o ex-governador Marconi Perillo se retirou do cenário. Ele volta agora para com a tarefa de rejuntar a base aliada estadual

Ninguém fala sobre o assunto, mas é bem provável que a saída do ex-governador Marconi Perillo do cenário principal da política estadual após sua desincompatibilização tenha sido uma estratégia para facilitar o trabalho de José Eliton na sua consolidação não apenas como governador, mas também como articulador da base aliada estadual, que é a sua sustentação como candidato à reeleição. Se Marconi não tivesse saído de cena durante esse período, oficialmente em viagem ao exterior, mas também para descansar da maratona final empreendida por ele durante o último ano de seu governo, quando visitou praticamente todas as cidades do Estado, certamente sua presença tenderia a ofuscar decisivamente o novo governador.

No campo administrativo, conforme se observa dentro dos corredores da base aliada, José Eliton correspondeu como se esperava. Em relação aos seus mais diretos e fortes adversários na eleição deste ano, o senador Ronaldo Caiado e o deputado federal Daniel Vilela, Eliton é quem mais apresenta currículo como administrador. Além disso, especialmente no último mandato, ele praticamente colou-se em Marconi, e aprendeu a lidar com as mais diversas situações do dia a dia. Não se tornou um mestre, evidentemente, mas os adversários, Caiado e Daniel, não somam juntos sequer uma porção do tempo de vôo de Eliton na administração.

Já no decisivo – do ponto de vista eleitoral – fator político, José Eliton não conseguiu manter as coisas como as recebeu. Havia, até a saída de Marconi, somente uma dissidência, naquela altura ainda não consolidada como parece ser agora, de Vilmar Rocha, presidente do PSD, ex-secretário de estado e ex-deputado federal. É possível que a culpa não seja de José Eliton, que paga um certo preço pelo aprendizado nessa lida diante de uma base aliada tão densa e extensa quanto complexa. A base estava acostumada com o estilo Marconi de ser, naturalmente agregador, e isso pode ter sido um choque inicial, e natural, quando houve a substituição.

A chegada de Marconi, às vésperas do feriado da semana passada, mudou pelo menos o clima dentro da base aliada estadual. Desde 2002, quando foi candidato à reeleição pela primeira vez, e enfrentou certa resistência em alguns setores da base que ficaram enciumados contra ele, Marconi Perillo atingiu um estágio de aglutinação interno que nunca teve um aliado à altura, nem mesmo a então unanimidade representada pelo saudoso ex-prefeito Nion Albernaz, considerado o grande inspirador da união política dos partidos formadores da base aliada, em 1996, quando se candidatou, e venceu, a prefeito de Goiânia. Foi aquela base de 96 que se manteve em 1998, na eleição vitoriosa de Marconi Perillo, que derrubou o mito da invencibilidade de Iris Rezende.

A tarefa de remontagem da base não é tarefa fácil. Além de certos distanciamentos silenciosos, sem rompimentos oficiais, de setores e lideranças isoladamente, há o vôo livre do PP, sob o comando recente do ministro Alexandre Baldy. Ele, que nasceu para a política como secretário de Marconi no mandato anterior, entre 2011 e 2014, cresceu até chegar ao Ministério, e agora fala abertamente em diálogo com opositores, especialmente com Daniel Vilela, que é considerado aliado do presidente Michel Temer. Caiado não entraria nessa conversa por sua posição contrária ao presidente. Marconi certamente tentará convencer Baldy a se manter, com o PP, dentro da base aliada.

Além desse problema, uma outra frente de conflito interno já reune ingredientes suficientes, mas ainda não na quantidade necessária, para se tornar explosiva: a disputa acirrada pela segunda vaga de candidato a senador. A primeira, naturalmente, está reservada a Marconi. Com a perda de fôlego de Wilder Morais, que fez as malas e se aninhou no ninho dos democratas de Caiado, tudo caminhava tranquilamente para o nome de Lúcia Vânia. A chegada de Demóstenes Torres, do PTB, após ter reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal o direito de ser candidato nas eleições deste ano, e sua decisão de disputar o Senado mais uma vez, a encrenca que estava superada com Wilder retornou ainda mais forte. José Eliton não conseguiu apontar um caminho político para resolver o impasse, que de quebra coloca em xeque dois partidos importantes dentro da base, o PSB, de Lúcia Vânia, e o PTB, partido ao qual Demóstenes se filiou. Sobrou, então, para Marconi Perillo tentar solucionar a equação complicada, de atender aos três onde só cabem dois titulares.por blog do afonso lopes 

 

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