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Portos brasileiros não deveriam ser Armazém de cargas afirma especialista em infraestrutura

Segundo a projeção do Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLP), até o ano de 2042 a demanda para os portos brasileiros tende a crescer 92%. Para que esse crescimento ocorra de forma ordenada, é preciso que a estrutura e administração portuária seja aprimorada no país. É o que afirma especialista em infraestrutura, logística e comércio exterior com mais de 50 anos de experiência.


Existem 36 Portos Públicos organizados no Brasil. Nessa categoria, encontram-se os portos com administração exercida pela União, no caso das Companhias Docas, ou delegada a municípios, estados ou consórcios públicos. A área destes portos é delimitada por ato do Poder Executivo. Dados do Banco Mundial mostram que um container leva uma média de 13 dias para ser exportado do Brasil. Desses 13 dias, 6 são devidos aos trâmites burocráticos.

“Atualmente, no Brasil, as cargas possuem um período de armazenagem sem custo, para transito destinado a outras áreas alfandegadas, justamente para suprir o tempo gasto com burocracias. Porém, esse tempo na maioria das vezes é ultrapassado, gerando um custo de armazenagem não previsto. Essa situação prejudica o lucro da empresa envolvida na importação ou exportação”, explica o especialista em infraestrutura, logística e comércio exterior, Paulo Cesar Rocha que tem mais de 50 anos de experiência.

Segundo um levantamento da Confederação Nacional de Indústria (CNI), o custo adicional relativo aos processos de armazenagem nos portos brasileiros chega a R$ 4,3 bilhões por ano. “Essa realidade é um problema quando se trata de comércio exterior, pois prejudica a competitividade portuária, fator importante para o desenvolvimento econômico”, afirma o especialista.

“Para garantir a manipulação eficiente das cargas destinadas ao transporte, o que depende muito do trabalho da logística portuária, os portos brasileiros não deveriam funcionar como armazém de cargas. São necessárias áreas retroportuárias e acesso ordenado, para garantir velocidade no embarque ou desembarque de cargas. De forma geral, a logística portuária se encarrega de transportar a maior carga, no menor espaço temporal e custo possível. O cenário descrito é considerado ideal, porém distante da realidade brasileira. Considerando que o Brasil possui uma economia baseada na exportação, se esse processo não é bem realizado, o desenvolvimento é prejudicado”, afirma Paulo Cesar Rocha.

*Paulo César Rocha é especialista em infraestrutura, logística e comércio exterior com mais de 50 anos de experiência em infraestrutura, transportes, logística, inovação, políticas públicas de habitação, saneamento e comércio exterior brasileiro. Mestre em Economía y Finanzas Internacionales y Comércio Exterior e pós-graduado em Comércio Internacional pela Universidade de Barcelona. É mestre em Engenharia de Transportes (Planejamento Estratégico, Engenharia e Logística) pela COPPE-UFRJ. Pós-graduado em Engenharia de Transportes pela UFRJ e graduado em Engenharia Industrial Mecânica pela Universidade Federal Fluminense. Tem diversos livros editados nas Edições Aduaneiras.

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