Campanha preventivas e educativas para a redução da gravidez na adolescência
O Ministério da Saúde e o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos lançaram, nesta segunda-feira (3), uma campanha para prevenir a gravidez precoce. Com o slogan “Tudo tem seu tempo: Adolescência primeiro, gravidez depois”, a iniciativa busca disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da gravidez indesejada nesta faixa etária.
Com base em informações de saúde e comportamentais, a proposta é despertar a reflexão e promover o diálogo entre os jovens e as suas famílias em relação ao desenvolvimento afetivo, autonomia e responsabilidade, além de incentivá-los a buscar orientações nas unidades de saúde sobre as formas de se prevenir. Desta forma, os adolescentes poderão tomar decisões, de forma mais consciente, sobre a vivência da sua sexualidade, de forma segura, responsável e com conhecimento sobre seu corpo.
“Nossos jovens e adolescente são seres pensantes. São meninos e meninas que pensam e que conversam. E que estão afim de refletir. Vamos acreditar nos nossos adolescentes também”, asseverou a ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
A Secretária Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Silvia Waiãpi, é uma das milhares de brasileiras que engravidou (e engravidam) ainda na adolescência, aos 13 anos de idade. “Essa questão precisa ser abordada por todas as culturas. Precisamos estabelecer novos propósitos para aquilo que queremos para o nosso futuro”, detalhou Silvia.
No Brasil, cerca de 930 adolescentes entre 15 e 17 anos dão à luz todos os dias, totalizando mais de 434,5 mil mães adolescentes por ano. Este número já foi maior e agora está em queda. Entre adolescentes menores de 15 anos, a queda ainda é menor. Ainda assim, o Brasil registra a maior taxa de mães adolescentes entre os países da América Latina e Caribe, chegando a 68,4 nascidos vivos para cada mil jovens.
Estudo do Ministério da Saúde, chamado Saúde Brasil, indica uma das maiores taxas de mortalidade infantil entre mães mais jovens (até 19 anos), com 15,3 óbitos para cada mil nascidos vivos (acima da taxa nacional, de 13,4 óbitos). Isso porque, além da imaturidade biológica, condições socioeconômicas desfavoráveis influenciam nos resultados obstétricos.